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Uma das técnicas mais utilizadas na área da criatividade é o brainstorming, um impulsionamento criativo que prioriza quantidade à qualidade. Esse método pode ser comparado à popular expressão “pensar fora da caixa”. Afinal, ele representa a quebra do paradigmas de “ideias ruins”, crendo que boas ideias podem partir de qualquer lugar inusitado. No entanto, será que pensar fora da caixa é realmente a solução? 

Lígia Fascioni, Doutora em Design, tem outro ponto de vista sobre o assunto. Pensemos primeiro na origem desse termo popular. Graças ao professor J. P. Guilford foi criado um estudo sobre criatividade, baseado no jogo dos nove pontos. O desafio trata-se de unir os nove pontos usando apenas quatro linhas e sem tirar o lápis do papel. 

Os desafiados tendem a crer que a solução tem que estar dentro do quadrado imaginário criado pelos pontos. No entanto, a solução normalmente está em “sair desse quadrado”. Assim, 80% dos participantes não obtiveram sucesso, pois ficavam presos no limite imaginário. Daí que surgiu a expressão, onde era dito que para ser criativo, era preciso pensar “fora da caixa”.

Reviravolta

Depois da popularidade de tal mantra foi realizado outro estudo, utilizando o mesmo jogo. Um grupo teve o teste original aplicado, enquanto que para outro foi dito que era necessário pensar além do “quadrado”. No final das contas o resultado do primeiro grupo foi o mesmo que o anterior. Já o outro teve apenas decepcionantes 5% de acertos a mais, mesmo tendo a resposta praticamente entregue.

Portanto, a solução não é repetir para si mesmo que é preciso “pensar fora da caixa”. O ponto em questão é que a caixa somos nós, não há como sair dela. Somos formados por nosso repertório, conjunto de conhecimentos e experiências. Então, a solução para a criatividade não está em sair da caixa, mas ampliá-la, adicionando mais riqueza de conhecimento. Assim, podendo conectá-la a outras caixas, formando uma rede de informações.

Pensando nessa nova perspectiva de método de criação a Co.De decidiu aplicá-la de forma efetiva em um de seus trabalhos. Gerando uma reunião entre seus integrantes e os da Global Jr. Logo, criaram-se novas alternativas sobre um assunto até então desconhecido pela equipe responsável pela identidade visual da Semana do Internacionalista.

Dessa forma os diretores de arte do projeto puderam entender mais sobre da perspectiva dos estudantes de Relações Internacionais. Criando uma identidade visual baseada nas teorias que regem o curso. A união das lentes de perspectiva do Realismo, Liberalismo e Marxismo foram a base para sua nova identidade visual. Tratando-se de três semicírculos coloridos com intersecções transparentes.